quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Frequentemente eu penso na minha vida como um imenso bordado, em que eu dou um ponto por dia. A construção de um desenho que só dá para enxergar quando olhamos para o todo, que não adianta querer que faça sentido só numa passada de linha.
E às vezes eu estou tão cansada que nem tenho muita força pra fazer o movimento com a agulha, às vezes preciso trocar de linha, às vezes tenho que parar um pouco pra arrumar o avesso antes de continuar.
Mas tem momentos, entre tantos milhões de buraquinhos, que tenho uma satisfação muito clara em dar um ponto. Em saber do que ele faz parte. Em fazer com capricho para que o desenho do todo possa ficar bonito.
Sou feliz por ter agulha, orientação, pano pra bordar... e em confiar que ainda tenho muitas cores, texturas e espessuras dessa linha que não quer acabar.